domingo, 27 de setembro de 2009

Possibilidades para tratamento da Psoríase

O tratamento da psoríase deve considerar a gravidade das lesões, sua extensão, localização e impacto na qualidade de vida do paciente. É importante lembrar que 75% a 80% dos pacientes apresentam formas leves e moderadas de psoríase, que podem ser controladas com tratamentos locais, feitos com a utilização de pomadas, loções, xampus, géis e sprays à base de corticosteróides, coaltar, antralina, calcipotriol, tazaroteno e piritionato de zinco, desde que bem indicados e usados com supervisão médica.
Hoje existem vários medicamentos para o tratamento da psoríase, mas normalmente estas opções são alternadas para proporcionar o controle mais adequado da doença (esquema rotacional).
Entre as alternativas terapêuticas do esquema rotacional estão os corticosteróides, o calcipotriol, a antralina, o coaltar e outros.
Como a psoríase é crônica, a pele desenvolve um mecanismo chamado taquifilaxia, é como se a pele se acostumasse com o tratamento e passasse a não responder mais à medicação. Por isso fazemos o rodízio de medicamentos durante o manejo terapêutico. Podemos iniciar com o dipropionato de betametasona e, quando ele não estiver mais funcionando, trocar pelo hidrato de calcipotriol, que quando não estiver mais fazendo efeito pode ser substituído novamente pela betametosona, ou por uma outra droga, e assim por diante. O objetivo deste esquema é o melhor controle clínico.
Para os casos mais graves ou psoríases extensas geralmente são utilizadas medicações tópicas e sistêmicas. As opções de medicamentos de uso interno são: acitretina, ciclosporina e metotrexato, todos exigindo supervisão médica e exames laboratoriais seriados para o controle de possíveis efeitos colaterais.  Em alguns casos podemos associar fototerapia (duas ou três vezes por semana) ou laser (como o dye laser para formas localizadas resistentes). Embora a psoríase seja uma doença ainda sem cura, pode ser controlada. Em todas as situações, é muito importante o uso diário de hidratantes e substâncias que ajudem a manter a pele com menos escamas (como óleo mineral, vaselina salicilada).
Um dos grandes problemas da psoríase é a aparência, porque é raro o comprometimento de outros órgãos, mas há um grande efeito psicológico de diminuição do amor-próprio que traz conseqüências para a vida dos portadores da doença, podendo prejudicar seus relacionamentos interpessoais. Sendo assim, o controle da psoríase ajuda bastante no dia-a-dia do paciente.
Existe a possibilidade do tratamento com agentes biológicos para os casos graves da doença, que não são controlados com outra classe de medicamentos. O custo do uso de agentes biológicos é alto. Nos Estados Unidos e na Europa, esses medicamentos são subsidiados pelas seguradoras ou pelos governos. O tratamento chega a custar entre US$ 12.000 e US$ 20.000/ano, por paciente. Esse fato torna essa opção fora da nossa realidade.

Emoções e sua relação com os problemas da pele

Não é demais dizer que as emoções são o que movem o ser humano. Isso pode ser comprovado nas ações e reações das pessoas que são impulsionadas pelos sentimentos. Seja em poemas e nas obras dos artistas ou em doenças, as emoções podem dar sua contribuição.


Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, a emoção é um impulso neural que move um organismo para a ação. “A emoção se manifesta por sinais elétricos acompanhados de uma descarga hormonal e de manifestações comportamentais, desencadeando uma tensão no organismo cujo objetivo é colocá-lo em movimento rumo a um novo equilíbrio”, explica a médica.

De acordo com a psicanalista, a emoção corresponde a uma modificação dos componentes químicos do cérebro. Tais elementos modificam a estrutura cerebral, organizando múltiplas conexões entre os neurônios. “Desta forma, podemos dizer que todas as nossas experiências emocionais cotidianas compõem fisicamente nosso cérebro criando ou fortalecendo conexões entre os neurônios”, continua Soraya.

As emoções, tanto positivas quanto negativas, podem abalar a saúde. Prova disso é a psicodermatose, doença da pele que tem com o causa a emoção. Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a causa dos problemas de pele de um em cada três pacientes é emocional, incluindo estresse, ansiedade e depressão. “A pele tem relação estreita com a nossa mente e reflete muito do que se passa em nosso interior, pois é altamente sensível às nossas emoções”, afirma Soraya.

O laço entre pele e sistema nervoso, segundo a psicanalista, existe desde o ventre materno. No embrião, as duas estruturas são formadas a partir do mesmo elemento, o folheto ectodérmico. O desafio da ciência tem sido entender como essa relação continua. “Sabe-se que a pele, o maior órgão do corpo humano, reage progressivamente aos hormônios do sistema nervoso central, como a adrenalina e o cortisol, cuja produção aumenta em situações de tensão ou ansiedade. Em excesso, eles prejudicam o sistema imunológico e aumentam a produção das glândulas sebáceas e sudoríparas, duas conseqüências que impulsionam o surgimento de problemas dermatológicos”, explica a médica.

São diversas as doenças que recebem ao menos alguma influência da emoção. “As pessoas somatizam os momentos de tensão das mais diferentes formas. Um exemplo clássico de psicodermatose é o da estudante que tem acne bem às vésperas do vestibular”, exemplifica Soraya. Entre as doenças da pele que podem ter como causa a emoção estão o vitiligo, psoríase, descamações, dermatites, acne, oleosidade, verrugas, manchas e até rugas.

De acordo com a médica, atitudes como traçar objetivos fora da realidade,temer fracasso, remoer frustrações e remorsos, reprimir sentimentos ou cultivar mágoas e tristeza podem contribuir com o desequilíbrio emocional e os resultados poderão ser vistos na pele.

Fonte: Ampla Comunicação

Psoriase – Doença sem cura…?

O meu nome é Albano Soares Ferreira. Há alguns anos sofri de psoriase , doença, que na altura em que podia ser bem visível em mim, atormentou tremendamente a minha vida no dia a dia, tanto psicológica, como socialmente.
Então, não tendo encontrado disponível, qualquer resposta eficaz, que me permitisse sanar este mal de que sofria, resolvi-me por começar a aplicar simultaneamente alguns fármacos, que sabia fazerem diminuir em mim, a manifestação dessa doença.
Para facilitar a sua aplicação simultânea e nas doses mais adequadas, optei por dissolvê-los em água, obtendo assim um soluto, que por aplicação regular e continuada, devolveu à minha pele um aspecto saudável, que tenho mantido ao longo dos anos, desde essa altura.
Porém, com estas tão visíveis melhoras, desde logo me vi cercado, por pessoas, que sofrendo do mesmo mal tentavam encontrar em mim uma solução, para esse seu problema.
Assim sendo e por se ter começado a espalhar essa notícia eu acabei, por vir a ser entrevistado, pela jornalista Srª Dª Luísa Couto, para a estação de televisão TVI, que também o fez na qualidade de colaboradora do jornal diário “Açoriano Oriental”.
Esta entrevista, que por alegadas questões de programação não chegou a ser emitida, pela estação televisiva TVI, foi publicada na íntegra no jornal Açoriano Oriental, no dia 21 de Novembro de 2005, com o título: “Açoriano afirma ter descoberto cura para a psoríase”.
Foi assim, que conjuntamente com alguns esclarecimentos sobre a referida doença, com alguns métodos conhecidos, para minimizar os seus efeitos nefastos (já que, pelo menos então, não era conhecida, qualquer cura para esta doença), também saiu acompanhada de uma apreciação médica, que se tornou, desde logo e à partida descabida uma vez, que foi feita por um médico, que não tinha formação especializada, nesta área da saúde. Tudo isto, no seu conjunto, acabou por ocupar por completo, a segunda página da edição do jornal desse dia.
Achando a apreciação médica publicada inadequada, por esta não ter sido solicitada a um médico de doenças de pele, contactei a jornalista, que me esclareceu a respeito, que os clínicos da especialidade de dermatologia, não se encontravam no hospital naquele momento e assim disponíveis para o fazer.
Dado, que necessitaria de um parecer médico, para complementar a reportagem, esse fora o possível, visto aquele clínico, se ter prestado a dá-lo…
O certo é, que passados dois anos e meio sobre a publicação da referida reportagem, continuo sem me ver afectado, por qualquer manifestação visível, dessa tão traumatizante doença, que naquela altura, já se alastrara em grande parte do meu corpo, afectando-me principalmente e quase por completo o couro cabeludo e a minha cara, para além das costas. Foi por esse motivo, que nessa altura me sentira inúmeras vezes inibido de sair de casa, já que me apercebera, que algumas pessoas, principalmente as que costumava cumprimentar com um beijo, sentiam repulsa em fazê-lo…
Desde essa altura (o momento em que me considerei curado dessa doença), apenas uso, como “aftershave” e por mera precaução, um dos seus componentes diluído em água, pese embora, no resto do corpo os sinais da doença, nunca mais tenham voltado a reaparecer!
A certa altura, tendo tomado consciência, de que tinha atingido os meus evidentes limites, para continuar sozinho um caminho, que levasse a aperfeiçoar o produto, com vista a colocá-lo no mercado disponível a todos quantos dele precisassem, não hesitei em procurar outros meios, para o fazer. Foi Assim, que procurei ajuda especializada, tendo contactado telefonicamente laboratórios médicos e um dermatologista, que exerce a sua actividade profissional em Ponta Delgada, com quem me disponibilizei a colaborar. Absurdamente, todas estas “portas” me foram fechadas.
Julgo oportuno referir, que o médico dermatologista, por “alegada falta de tempo” nem sequer quis por a hipótese, de se vir a abordar esse assunto, embora ele decerto fosse do interesse de muitos dos doentes, que lhe passam pela sua consulta hospitalar ou particular, não honrando, de modo algum o juramento de Hipócrates um dia feito. Quanto aos laboratórios médicos contactados, esses informaram-me não estarem abertos, à colaboração de pessoas, que não integrassem os seus próprios quadros de pessoal…
Entretanto o tempo passou! Eu felizmente não me sinto mais vítima, de qualquer discriminação, pois hoje ninguém diria, que algum dia eu sofri de psoriase. Eu próprio ter-me-ia “esquecido” desse facto, não fora o caso de, por vezes, ser contactado por pessoas, que encontram no site www.psoriase.eu/ (page 3), ou também buscando na Google: “Açoriano afirma ter descoberto cura para a psoriase” ou ainda em”Tratamento da psoriase” – “NOTÍCIAS – PORTAL DO CIDADÃO COM DEFICIÊNCIA”, a transcrição completa da reportagem saída no supra citado jornal.
Esse, é o motivo, que me faz fazer publicar esta referência. Nela aproveito, para reafirmar a minha inteira disponibilidade, para vir a ser observado, por um médico da especialidade, que o entenda fazer e, de igual modo, dar a minha total colaboração a qualquer entidade ou pessoa, com conhecimento científico sobre esta doença, a qual possa vir a contribuir, no sentido de se poder caminhar, para o desenvolvimento de um medicamento eficiente e acessível, que permita aliviar o tremendo sofrimento, principalmente psicológico, de tantos milhões de pessoas, que sofrem desta doença – aproximadamente 3% da população mundial.
São vários os médicos da consulta externa do hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, que tiveram oportunidade de diagnosticaram essa doença em mim. Eles são a única prova, que poderia apresentar, de quanto eu, fui afectado por ela nessa altura, pois infelizmente (mas compreensivelmente), sempre destrui todas as fotografias, nas quais me eram visíveis os seus sinais.
É assim, que digo a todos vocês, os que sofrem desta doença, que dois anos e meio depois, da notícia ter sido divulgada, pelo jornal Açoriano Oriental, continuo (embora involuntariamente) com uma eventual solução, para o problema de muitos de vós, guardada na gaveta.
Sei o quanto custa ser alvo de descriminado social. Por isso, espero um dia não me ver partindo deste mundo frustrado, sem ter conseguido tornar úteis os conhecimentos, que adquiri na matéria, apenas, por não ter possuído um “diploma”, que me permitisse fazê-lo…
Albano da Ponte Soares Ferreira

sábado, 26 de setembro de 2009

Dia Mundial da Psoríase


Dia Mundial da Psoríase





 dia 29 de outubro, foi Dia Mundial da Psoríase. O objetivo da data é, por meio da informação, diminuir o preconceito e melhorar a qualidade de vida dos portadores de psoríase – doença dermatológica inflamatória, crônica e não-contagiosa, caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas que acometem couro cabeludo, cotovelos e joelhos, mas que podem se espalhar pelo restante do corpo.
A Psoríase, uma doença crônica da pele, afeta cerca de 0,5% a 3% da população mundial, sem diferença entre homens e mulheres. Cerca de 40% das pessoas afetadas desenvolve a doença antes dos 20 anos de idade, e apenas 10% desenvolvem psoríase antes dos 10 anos de idade.
A Psoríase se caracteriza por uma alteração no processo de maturação das células da camada mais superficial da pele, a epiderme. Durante um ciclo normal, os queratinócitos levam cerca de um mês para maturar e chegar à epiderme. Na psoríase, a proliferação dos queratinócitos ocorre de modo muito rápido e estas células se acumulam na superfície da pele, formando placas avermelhadas ou arroxeadas, com sensação de coceira ou queimação nas regiões afetadas.
Psoríase: principais formas
Psoríase em Placa: é a forma mais comum. As placas possuem um formato arredondado ou ovalado, sendo mais comuns no couro cabeludo, cotovelo, joelhos e na região lombar. Estas placas podem durar um bom tempo, desaparecendo e voltando após exposição a algum fator desencadeante (p.ex.: clima frio, infecções, estresse).
Psoríase Gutata: consiste em pequenas placas que surgem subitamente, em geral na região do tronco e nos braços, pernas e couro cabeludo, desaparecendo de modo espontâneo após algum tempo.
Psoríase inversa: as placas ocorrem nas regiões de prega da pele, como axilas e virilha.
Psoríase Seborreica: surge como placas com descamação no couro cabeludo, atrás das orelhas, nas axilas, na virilha e na face.
Psoríase nas unhas: metade das pessoas com psoríase sofre com alterações em suas unhas, que podem se tornar amareladas ou apresentar acúmulo de pele morta sob elas. Em algumas pessoas, esta pode ser a única manifestação da psoríase.
Psoríase Eritrodérmica generalizada: é a forma mais grave de psoríase. Toda a pele do corpo se torna avermelhada e descamativa. O problema também pode ser causado por algumas drogas utilizadas no tratamento da própria psoríase.
Psoríase Pustular: em algumas pessoas, as placas de psoríase podem se tornar infectadas e repletas de pus, recebendo o nome de Psoríase Pustular.
Artrite psoriática: quase metade das pessoas que sofrem com psoríase apresenta crises de inflamações nas articulações.
O que causa a Psoríase?
A causa exata da psoríase continua sendo um mistério. De um modo geral, os pesquisadores acreditam que a psoríase esteja relacionada a alterações no sistema de defesa. Também é possível que existam fatores genéticos (35% das pessoas com psoríase possuem um ou mais familiares afetados pela doença) e ambientais (p.ex.: frio, estresse, e uso de medicamentos como captopril, progesterona, lítio, indometacina, etc)
A Psoríase é um problema grave?
A psoríase não possui cura: a maioria das pessoas apresenta crises recorrentes da doença. Apesar das complicações graves serem raras, a psoríase pode causar uma série de complicações menores.
A psoríase pode causar deficiência de folato, uma vitamina do complexo B importante para o funcionamento do sistema nervoso
Quando as placas são visíveis, a Psoríase pode resultam e depressão e isolamento social. Em cerca de 75% das pessoas, a psoríase resulta em diminuição da autoconfiança.
Mesmo nas suas formas mais leves, a psoríase pode causar sensação de queimação, coceira ou fisgadas na pele, comprometendo a qualidade de vida da pessoa afetada.
Finalmente, o próprio tratamento da psoríase pode resultar em sensações desconfortáveis e alterações em outros órgãos.
Como é feito o diagnóstico?
O médico irá examinar as lesões na pele e, dependendo da suspeita, poderá pedir um exame de material colhido das lesões.
Exames de sangue e radiografias podem ser solicitados se houver necessidade de excluir doenças com manifestações semelhantes (p.ex.: dermatite seborreica, reações alérgicas, infecções por fungos, etc).
A Psoríase possui tratamento?
As principais medidas para tratamento da psoríase incluem:
Medicamentos tópicos (p.ex.: loções, cremes ou xampus a base de corticosteróides, análogos da vitamina D3, retinóides tópicos ou fluorouracil).
Fototerapia (p.ex.: terapia com raios ultravioleta tipo B).
Terapia sistêmica (uso de drogas que afetam o corpo como um todo e não apenas a pele, como metotrexate, retinóides, ciclosporina, hidroxiuréia, sulfassalazina e tioguanina).
Exposição ao sol: a exposição regular à luz do sol é útil para estimular a regressão das lesões nas pessoas com psoríase leve a moderada.
Apoio emocional: uma vez que as crises podem estar relacionadas a episódios agudos de estresse e ansiedade, técnicas de relaxamento podem ser úteis.
Na maioria das pessoas, a psoríase comum desaparece espontaneamente, sem necessidade de qualquer tratamento e sem deixar cicatrizes. Entretanto, recorrências são comuns. Em 1/3 dos casos, a psoríase é severa e requer o uso intensivo de medicamentos pelo resto da vida.

Quais as questões que devo colocar ao meu médico?

Quais as questões que devo colocar ao meu médico?


Não tenha vergonha de colocar ao seu médico questões relacionados com o seu tratamento. Um bom diálogo aumenta as hipóteses de sucesso do tratamento. Algumas questões aqui indicadas podem auxiliar o médico a ajudá-lo(a) a gerir a sua psoríase.

Durante quanto tempo preciso de aplicar os meus tratamentos?


O seu médico irá aconselhá-lo(a) relativamente à duração adequada dos seus tratamentos. A duração de um tratamento depende do tipo de medicação e do tipo de psoríase. 

Como devo aplicar os meus tratamentos correctamente?



O seu médico irá aconselhá-lo(a) relativamente à quantidade que deve aplicar do tratamento prescrito.


Quando verei melhorias?

 
O seu médico irá mencionar-lhe quando irá provavelmente ver sinais de melhoria.
 

Quando devo consultar novamente o meu médico?


Se não estiver satisfeito(a) com o seu tratamento, deve contactar o seu médico para discutir se precisa de mudar o seu tratamento.
 

Quais efeitos secundários a que devo estar atento?


O seu médico irá aconselhá-lo(a) sobre os seus tratamentos e os efeitos secundários que poderá detectar. Muitas pessoas têm apreensões sobre a utilização de esteróides tópicos e dos seus efeitos secundários. Desde que os esteróides sejam utilizados adequadamente, a probabilidade de surgirem efeitos secundários é muito escassa.

E outros tipos medicação?


Tenha em atenção que alguns medicamentos podem provocar crises psoriásicas ou mesmo agravar a sua psoríase. Como exemplos de tais medicamentos temos os beta-bloqueadores (uma classe de fármacos utilizados para várias condições cardíacas e redução da tensão arterial alta), o lítio (utilizado em determinados agentes antidepressivos) e a carbamazepina (utilizada para controlar as convulsões epilépticas). Pergunte ao seu médico mais informações relativas aos diferentes tipos de medicamentos.

A relação médico-doente



A relação médico-doente



A relação médico-doente não precisa de ser distante e impessoal. Deve ser baseada num diálogo genuíno e requer que o dermatologista oiça e participe activamente.

A psoríase é uma doença crónica com lesões visíveis. Causa danos psicológicos de maior ou menor impacto, caracterizados por uma alteração da própria imagem, diminuição da auto-estima e crescente sentimento de insegurança. Os doentes não sofrem só em termos físicos, mas também em termos psicológicos. Os médicos anteriormente consideravam as condições dermatológicas como sendo menos graves do que as doenças potencialmente letais como o cancro ou outras doenças crónicas que originam dor e incapacidade, como a artrose. No entanto, os doentes têm tendência a ter mais dificuldade a lidar com a psoríase do que com outras condições mais "sérias".

Ouvir de uma forma activa


Muitos doentes sentem que o seu dermatologista não tem muito em conta o impacto da condição na sua qualidade de vida, que não os ouve convenientemente ou que não os consultam relativamente ao tratamento. O facto dos médicos não ouvirem os doentes atentamente aumenta as probabilidades dos doentes andarem a saltar de médico em médico. Por outro lado, os doentes cujos médicos os ouvem atentamente irão aderir melhor ao regime terapêutico prescrito e lidarão melhor com a sua condição. A relação médico-doente tem de ser harmoniosa para enfrentar os dois maiores desafios impostos por uma condição de natureza crónica: o seu impacto na qualidade de vida e o cumprimento do tratamento.

O bom diálogo médico-doente é baseado no ouvir de forma activa e na abordagem pessoal feita pelo dermatologista. Não há nada mais angustiante para um doente do que um médico cuja atenção divaga.

Um dermatologista que sabe ouvir também sabe como perguntar ao doente as questões correctas no momento certo. Os doentes sentem-se reconfortados com o facto do médico compreender totalmente a sua situação e irão ajuda-los a ter uma relação individual com o seu médico. Em alguns casos, os médicos precisam de encorajar os doentes a colocarem questões.

Prestar atenção ao que o doente diz também ajudará o dermatologista a compreender quaisquer problemas psicológicos. Por exemplo, o dermatologista será capaz de avaliar o nível de auto-estima do doente e avaliar se esta já era baixa mesmo antes do aparecimento da condição. Se este for o caso, o médico irá deduzir que o doente irá lidar mal com a condição, mesmo que este só tenha duas placas psoriásicas, pois o doente irá achar que a sua condição é grave.

Os períodos curtos da consulta não devem ser uma barreira, quer à relação de confiança entre o médico e o doente, quer ao facto do médico poder avaliar a dimensão psicológica da condição.

Conhecimento


A relação médico-doente é uma relação desigual porque o doente está numa posição de fraqueza. O doente pode sentir-se diminuído pela condição, ou mesmo que este/esta voltou à infância. Todavia, a relação médico-doente desenvolveu-se numa direcção positiva, sendo hoje em dia mais flexível. Isto deve-se em grande parte às associações de doentes que ajudam a que os doentes estejam melhor informados e mais envolvidos na escolha do tratamento.

No entanto, o médico continua a ser o detentor do conhecimento. Por esta razão, os doentes podem sentir-se impotentes se o médico não lhes fornecer informações suficientes, ou se utilizar terminologia médica muitas vezes incompreensível para os leigos.

Os doentes terão então a tendência para procurarem eles próprios a informação, por exemplo na Internet ou em revistas da especialidade.

A obtenção de informação fora do consultório médico é normalmente benéfica, com um senão: há o risco dos doentes ficarem com uma visão demasiado generalizada da psoríase, ao passo que cada caso é um caso individual. De qualquer maneira, nada pode substituir a comunicação directa entre o doente e o dermatologista, devendo o último responder a todas as questões (mesmo as que pareçam mais aborrecidas) de um modo o mais completo possível.

O dermatologista deve ser capaz de detectar os sinais de depressão nos doentes com psoríase. Para além do sofrimento orginado por essas causas de depressão, é ainda um obstáculo ao cumprimento do tratamento e, consequentemente, ao sucesso deste.

Atitudes


O dermatologista irá também discernir qual é a atitude do doente relativamente à psoríase. Esta atitude pode ser consciente ou inconsciente, estando ligada a factores como o ambiente em que o doente se insere ou o histórico familiar e pessoal deste. Esta atitude dá lugar a determinadas crenças e/ou comportamentos. Existem ainda doentes que transferem as suas crenças sobre a condição para os outros. Por isso os doentes podem estar convencidos que todas as outras pessoas irão rejeitá-los porque têm psoríase, por exemplo.

A relação médico-doente não é de todo impessoal, porque estão envolvidos sentimentos positivos e negativos por ambas as partes. Estes sentimentos podem ajudar ou levantar obstáculos à comunicação. Vale a pena reflectir até que ponto a relação médico-doente é influenciada pelas respectivas personalidades. Por exemplo, um doente "dependente" terá problemas em apreender a situação e em discutir as decisões, precisando de ser continuamente aconselhado e encorajado pelo médico. O médico ideal para este doente será um médico paternalista e prescritor.

Por outro lado, um doente "obsessivo" (aquele que tem atenção a todos os detalhes e que precisa de sentir que é ele que manda e que controla) irá procurar um médico que seja metódico e meticuloso e que aborde todos os detalhes de uma maneira clara.

O doente pode desenvolver uma atitude positiva ou negativa para com o médico, baseada em padrões de relação da sua infância, ou seja aquilo que os psicólogos chamam de "transferência". Alguns doentes adoptam uma atitude excessivamente educada e mesmo dócil relativamente aos seus médicos, seguindo o seu tratamento à letra. Por outro lado temos os doentes que se comportam como adolescentes e que se rebelam constantemente contra a autoridade do médico. Podem sentir-se melindrados com qualquer decisão ou terapia sugerida pelo médico.

Existe ainda a contra-transferência do lado do dermatologista, que consiste na suas reacções relativamente ao doente, que podem ser positivas ou negativas. Naturalmente, as reacções dos médicos são baseadas nas suas experiências de vida. Estes têm que perguntar a si mesmos porque é que escolheram ser médicos. Qual é a sua atitude relativamente à doença e à morte? O que quer dizer "tratamento" para eles?

O facto de estarem conscientes dos seus próprios processos psicológicos ajudará os médicos a lidarem com as situações que advêm da prática clínica diária. Por exemplo, os médicos podem ter um sentimento de impotência quando o tratamento não resulta. Têm que ter consciência de que esse sentimento pode, caso contrário, levá-los a ficarem desencorajados e a perderem interesse pelo doente. "O médico tem que se lembrar que "tratar" nem sempre quer dizer "curar". Para curar um doente, um médico também tem ser capaz de dar apoio e incutir confiança," acrescenta o Dr. S. C.


Cumprimento - seguir as instruções do seu médico


Um estudo recente* que envolveu doentes com psoríase (que foram avaliados durante três meses após a sua primeira consulta) demonstrou que apenas 61% dos doentes seguiam o tratamento correctamente. Foram encontradas várias causas para este não cumprimento. Os doentes acharam que os tratamentos lhes impunha entraves, tinham medo dos efeitos secundários e sentiam-se desencorajados pela falta de resultados. É por isso essencial que o dermatologista explique claramente o tratamento para ajudar os doentes a terem uma visão realista da sua eficácia. O médico e o doente devem decidir em conjunto qual o tratamento mais adequado. O dermatologista deve ser capaz de identificar não só as expectativas do doentes, mas também qualquer resistência psicológica. O tratamento não deve ser imposto ao doente.

Se os doentes se sentirem verdadeiramente envolvidos na decisão, aceitarão melhor o tratamento e quaisquer efeitos secundários resultantes; por esta razão irão lidar melhor com a sua condição. O não cumprimento do tratamento é na verdade uma oportunidade para o médico estabelecer uma relação mais genuína com os doentes, com estes a contarem ao médico as razões porque não respeitaram o tratamento, os seus medos e a sua atitude relativamente à condição.

Infelizmente, nas dermatoses crónicas o tratamento é muitas vezes infrutífero. Os dermatologistas podem lidar melhor com o insucesso terapêutico evitando medidas desnecessariamente prolongadas e, em última análise, fúteis (o que apenas pode aumentar a hostilidade de ambas as partes), tornando os doentes seus aliados no próprio tratamento.


Referências

* Dermatologia: Clés de communication médecin-patient, Dr Sylvie Consoli, Pr Silla Consoli, published by Editions Scientifiques L&C; Leo

Psoríase e a depilação

Psoríase e a depilação



A psoríase não deve impedí-la(o) de fazer a depilação ou de utilizar a lâmina; apenas precisa de escolher o melhor método para a sua pele e para a parte do corpo em questão.

A depilação por corte (manual com uma lâmina ou com uma máquina eléctrica) é normalmente recomendada para os braços e pernas para que os pelos não sejam puxados. A depilação definitiva é ideal para as dobras cutâneas, que são áreas particularmente delicadas.

Os homens podem barbear a sua face, mas têm que ter cuidado para não perturbar as escamas, devendo evitar os cortes.

De seguida são apresentadas informações práticas para fazer a barba e/ou a depilação de uma forma adequada.

A psoríase afecta o crescimento dos pêlos?

Foram realizados estudos profundos sobre o crescimento piloso nas áreas afectadas pelas lesões. No entanto, as áreas de pele com placas têm menos cabelo/pêlos do que a pele saudável. Isto acontece provavelmente porque as placas psoriásicas impedem o crescimento normal do cabelo/pêlos.
  

Posso fazer a depilação nas minhas pernas e braços quando as lesões estiverem presentes?

Deve sempre utilizar um método de remoção de pêlos que não provoque irritação. É preferível evitar a depilação com cera quente e fria nas lesões, porque o repuxar do cabelo pode irritar a pele e originar o fenómeno de Koebner. Pode remover os pêlos com cuidado com uma lâmina ou com uma máquina eléctrica. As pinças e as máquinas de depilação eléctrica, que puxam os pêlos, não devem ser utilizadas. Também deve evitar perturbar as escamas. Após a depilação, deve aplicar um emoliente e/ou um hidratante. Se a pele ficar irritada, pode aplicar um corticosteróide. Deve igualmente mencionar-se que o risco de infecção bacteriana é menor nas pessoas com psoríase, porque as bactérias não aderem à pele em descamação.

Posso fazer a depilação com cera ou usar cremes depilatórios nas alturas sem crise?

Nenhum estudo específico demonstrou que a depilação com cera provoque crises ou exacerbe as lesões existentes, por isso pode depilar-se com cera durante o período de remissão. Os cremes depilatórios também podem ser utilizados. No entanto, independentemente do modo como os pêlos são retirados, se uma lesão aparecer mais tarde nessa área, deve consultar um dermatologista, porque existe um risco de alergia a um produto aplicado na pele, quer tenha ou não psoríase.
   

E a depilação das dobras cutâneas?

Podem surgir lesões nas dobras cutâneas, como as axilas ou as virilhas. A pele destas áreas é particularmente vulnerável a irritações e infecções, por isso a remoção de pêlos destas áreas pode ser complicada. As pessoas que sentem que têm demasiados pêlos nessas áreas podem optar por técnicas de depilação definitiva, como a electrólise ou o laser. No entanto, como a electrólise apenas é adequada para pequenas áreas de pele, causando aparentemente maior trauma do que o tratamento a laser, é provavelmente preferível optar pela última opção. Na electrólise, um médico desliza uma sonda por cada folículo, causando um dano localizado que impede o pêlo de crescer. Este método é bastante moroso. No que diz respeito ao tratamento a laser, deve evitar-se a exposição ao sol antes do tratamento e aplicar um creme anti-vermelhidão após cada sessão. O número de sessões necessárias depende da espessura dos seus pêlos e da área a ser tratada. Para as axilas serão necessárias, regra geral, aproximadamente seis sessões.
  

O barbear pode ser problemático se tiver lesões?

Apesar das lesões faciais serem mais comuns nas crianças do que nos adultos, estas podem afectar alguns homens. As lesões psoriásicas são conhecidas por serem menos comuns nas áreas da pele expostas à luz, por isso é melhor não ter barba crescida. Deve igualmente ter cuidado para não perturbar as escamas, devendo ser aplicado um creme emoliente antes de se barbear para amaciar as escamas. Pode ser utilizada uma lâmina de barbear manual ou uma máquina eléctrica, mas em ambos os casos, deve evitar fazer demasiadas passagens sobre as lesões. É também importante usar produtos de barbear sem álcool, hidratando a pele de seguida. Algumas marcas têm produtos de barbear para peles sensíveis.
   

Pontos chave

  • É preferível retirar os pêlos das pernas e dos braços com uma lâmina em vez de removê-los com um método que envolva o puxar do pêlo.
  • Os pêlos devem ser removidos das dobras cutâneas com cuidado, pois estas áreas estão particularmente sujeitas a irritações e infecções. Os métodos de depilação definitiva são os mais adequados para estas áreas.
  • É importante ter cuidado no corte dos pêlos para se evitar a perturbação das escamas e lesão da pele. Devem ser utilizados, preferencialmente, produtos sem álcool.

Psoríase e alimentação saudável



Psoríase e alimentação saudável



O excesso de peso agrava a psoríase?

 

Os estudos demonstraram que a psoríase tende a ser mais grave e mais resistente ao tratamento em pessoas com excesso de peso. Para além disso, o excesso de peso nas zonas das dobras cutâneas, como as axilas, virilhas e por baixo dos seios, podem aumentar o risco de infecções fúngicas e bacterianas. O excesso de peso também representa um esforço extra para as articulações, que podem tornar-se mais dolorosas com o decorrer do tempo.

Os estudos demonstram que nas pessoas que têm excesso de peso a psoríase está normalmente associada a distúrbios lipídicos e ao aumento dos níveis de ácido úrico. Estes desequilíbrios biológicos podem exacerbar os efeitos secundários de determinados fármacos, como a ciclosporina e os retinóides, que são utilizados para tratar a psoríase.

As pessoas que têm excesso de peso são por isso aconselhadas a seguir uma dieta equilibrada prescrita por um nutricionista.

As pessoas que têm psoríase devem seguir uma dieta especial?


Não existe uma dieta que possa curar a psoríase, mas é importante ter um estilo de vida saudável e bons hábitos alimentares. A sua dieta deve incluir fruta e vegetais em quantidades suficientes para lhe fornecer fibras, vitaminas e minerais. É preferível limitar o seu consumo de gorduras saturadas (gordura animal) e ingerir muitos alimentos ricos em ácidos gordos essenciais, como os cereais e os óleos vegetais. Por último, o consumo em excesso de alimentos gordos e de álcool pode sobrecarregar o fígado, o que resulta na acumulação de toxinas no sangue. Como os resíduos são eliminados através da pele, esta tem que trabalhar a toda a sua capacidade quando existe uma grande quantidade de toxinas, aumentando assim as probabilidades de crises.
  

Os suplementos alimentares podem melhorar a psoríase?



O consumo de zinco, magnésio, vitamina B6 e as vitaminas A, C e E anti-oxidantes pode ajudar as pessoas com psoríase. Presentemente estão a ser levados a cabo estudos para investigar o efeito dos óleos de peixe, que são ricos em ácidos gordos insaturados, uma vez que se pensa que estes possam ajudar a espaçar as crises. No entanto, os suplementos alimentares não podem curar a psoríase.
  

As pessoas que têm psoríase devem praticar exercício com regularidade?



A actividade física é normalmente boa para a saúde física e mental. O stress é conhecido por desencadear crises de psoríase e, ao ajudar o corpo a livrar-se do excesso de tensão, o exercício ajuda a combater o stress. O exercício é uma boa maneira de ajudar a manter a forma, fortalecendo o espírito e melhorando a sua própria imagem.
   

Pontos chave


  • As pessoas com psoríase devem tentar ter uma dieta equilibrada com muita fruta e vegetais, assim como alimentos ricos em ácidos gordos essenciais.
  • As pessoas com excesso de peso devem seguir uma dieta prescrita por um nutricionista, pois o excesso de peso pode exacerbar a psoríase.
  • O exercício pode evitar e reduzir o stress, o que eventualmente é bom para o sistema imunitário.

Psoríase e o trabalho

Psoríase e o trabalho


Como é que a psoríase afecta a minha vida profissional?


De acordo com um estudo recente realizado pela Fundação Nacional da Psoríase (National Psoriasis Foundation (1)) nos EUA, a psoríase tem um impacto na vida profissional em 26% das pessoas com psoríase e em 48% nas pessoas com artrite psoriásica. Dez por cento dos entrevistados tinha faltado um ou dois dias ao trabalho no mês anterior, por causa da psoríase. Setenta e quatro por cento tinha ausentado-se do trabalho para consultarem um médico. Outros estudos publicados pelo British Journal of Dermatology (2, 3) salientam o absentismo relacionado com a psoríase e o seu impacto na carreira dos doentes. A produtividade pode ser afectada, assim como a vida social (4). Os doentes sentem-se desconfortáveis com os seus colegas e clientes simplesmente porque têm lesões visíveis.

Como posso gerir o stress no trabalho?


O trabalho em si pode original bastante stress. Para além disso, as pessoas com psoríase precisam de gerir a sua condição, a dor associada e o desconforto físico. Por vezes têm que lidar com olhares fixos e os preconceitos dos seus colegas. Uma boa organização pessoal é a chave para quebrar com este ciclo vicioso. Uma das maneiras de se sentir bem no trabalho, quer em termos físicos, quer mentais, é usar a hora de almoço para fazer algo agradável. Isto pode incluir actividades desportivas ou simplesmente passar uma hora a ler no jardim. A hora de almoço pode igualmente ser uma oportunidade para conversar com um colega e talvez, se se sentir à vontade, falar-lhe da sua psoríase. Se se aperceber que vai provavelmente ter uma crise, tente tratar dos assuntos importantes e de marcar as reuniões para os períodos de remissão. Acima de tudo, uma abordagem positiva irá ajudá-lo(a) a manter-se no topo dos acontecimentos.

A psoríase terá repercusões na minha carreira?


Tendo em conta o desconforto físico e mental que a psoríase pode causar, as pessoas com psoríase precisam de pensar seriamente na sua opção de carreira. Por exemplo, os trabalhos nas áreas de vendas envolvem um elevado nível de interacção social, o que pode ser stressante. Se for empregado(a) de mesa ou chefe de cozinha e as suas mãos estiverem afectadas, terá que falar com o seu supervisor, apesar deste ou desta poder achar que os clientes não se sentem incomodados. Se tiver frequentemente várias lesões e descamação, deve considerar uma profissão que não implique o contacto visual constante. Mas lembre-se que as pessoas com psoríase sobrestimam frequentemente o modo como a sua condição afecta os outros. Os seus sentimentos de desconforto não são necessariamente proporcionais às suas lesões. Tente perspectivar a sua psoríase. Se os seus colegas e clientes não reagem à sua condição, tente relaxar e não presumir que há um problema.

Devo informar os meus colegas e gestores sobre a minha psoríase?


Esta é uma decisão pessoal. Esta decisão depende da gravidade da sua psoríase e do seu impacto nos seus colegas e na sua profissão. Depois de ter tomado a decisão de informá-los, pense cuidadosamente no que quer (e no que não quer) dizer-lhes. Em primeiro lugar, fale com o seu supervisor. De seguida explique a sua condição aos seus colegas que se sentem mais afectados pelas suas lesões, ausências, etc. Use uma linguagem simples e realce que está a tentar gerir a condição, que a doença não é contagiosa e que não afecta o seu empenho no seu trabalho. Um estudo demonstrou que ao informar aos seus colegas que a psoríase não é contagiosa está a reduzir o desconforto social (5).

Podemos garantir-lhe que a maioria dos doentes descreveram reacções positivas dos seus colegas, contrariamente às suas expectativas iniciais. Depois dos seus colegas estarem adequadamente informados, irão demonstrar mais compreensão e ao "educar" os seus colegas está a ajudar a combater os seus preconceitos e ideias preconcebidas. O ser proactivo irá ajudá-lo a sentir-se amparado, planeie as suas ausências de um modo mais eficiente, tentando mesmo ajustar o problema ao seu horário de trabalho. Não há qualquer razão para não tirar partido das oportunidade de carreira.

E se eu não quiser falar abertamente da minha psoríase no trabalho?


Está no seu direito não falar abertamente sua psoríase no trabalho. No entanto, algumas pessoas têm mencionado que se sentem menos ansiosas e mais relaxadas depois de ter sido claras sobre a sua condição. É importante considerar que ao manter a sua psoríase em segredo pode estar a contribuir para aumentar o seu nível de ansiedade e de stress, o que pode agravar a sua condição.

Pontos chave

  • A psoríase afecta a vida profissional de muitos doentes, podendo por vezes ter um impacto na sua carreira.
  • Para além do stress originado pelo trabalho em si, uma pessoa com psoríase tem de lidar com os colegas a dirigirem o seu olhar para as lesões.
  • Elucidar os seus colegas pode ser uma boa maneira de melhorar a sua qualidade de vida no trabalho.

Referências

1. National Psoriasis Foundation survey panels (Liz Horn)
64th Annual Meeting of the
AmericanAcademy of Dermatology, San Francisco, California, USA, 3-7 March 2006
2. The impact of psoriasis on quality of life
British Journal of Dermatology 2001; 144 (Suppl. 58): 33-36, L. H. de Arruda, A. P. de Moraes
3. A survey of the social and psychological effects of psoriasis
British Journal of Dermatology 1998; 118: 195-201, B. Ramsay, M. O'Reagan
4. The negative impact of psoriasis on the workplace
Journal of Dermatological Treatment 2006; 17(1): 24-28, D. J. Pearce et al.
5. Social coping strategies associated with quality of life decrements among psoriasis patients
British Journal of Dermatology 2001; 145: 610-616, S. R. Rapp, C. A. Cottrell, M. R. Leary


With thanks to Dr Patrick Brun, dermatologist attached to Cannes University Hospital

Psoríase e o tabaco




Psoríase e o tabaco


Quais são os efeitos do fumo na pele?


Um cigarro contém mais de 3.000 substâncias tóxicas, sendo do senso comum que o fumar aumenta a produção corporal de radicais livres que aceleram o envelhecimento da pele. O fumar também tem um efeito prejudicial no sistema imunitário. O fumo não afecta apenas os que fumam. Estar numa sala cheia de fumo (fumador passivo) também é mau para a saúde.

O fumar desencadeia ou agrava a psoríase?

 

De acordo com um estudo recente, o fumar aumenta o risco de psoríase (normalmente pustular) em 50% dos casos.
Outros estudos demonstraram que as pessoas que fumam mais de 15 cigarros por dia têm o dobro do risco de desenvolver psoríase, comparativamente aos não fumadores. O risco cresce em percentagem com a quantidade de tabaco consumida.
Os factores ambientais têm um impacto na psoríase e as pessoas que fumam tendem a contrair formas de psoríase mais graves e resistentes ao tratamento do que os não fumadores. O fumar também aumenta o risco de determinadas infecções da garganta que podem desencadear crises de psoríase.
As pessoas que sofrem de psoríase, ou que têm um histórico familiar da condição, não devem fumar.
   

Existe algum método eficaz para ajudar a deixar de fumar?

 

Não existe uma ajuda milagrosa para deixar de fumar. As pessoas fumam frequentemente porque estão ansiosas ou stressadas e, apesar de algumas pessoas conseguirem deixar de fumar por si próprias (ou através do uso de adesivos) sem muita dificuldade, outras necessitam de suporte psicológico. As terapias cognitivas comportamentais têm resultados razoavelmente bons nesta áreas. Os exercícios de relaxamento diários também podem ser muito benéficos. Convém recordar que as pessoas que deixam de fumar ganham em média 3 a 4 quilos de peso. Como o excesso de peso pode exacerbar a psoríase, é importante seguir uma dieta saudável e consumir menos gordura animal. Quando os doentes deixam de fumar, são capazes de controlar melhor a sua psoríase.
  

Pontos chave 

  • O fumar pode enfraquecer o sistema imunitário. Os fumadores contraem formas de psoríase mais graves e resistentes ao tratamento.
  • A pele também pode ser afectada pelo fumo passivo.
  • O deixar de fumar leva a uma melhoria da qualidade de vida e da saúde.

Psoríase e o stress

Psoríase e o stress


Como é que o stress afecta a pele?  


A pele e o sistema nervoso estão intimamente ligados visto que têm a mesma origem embrionária. O stress psicológico faz com que o corpo liberte químicos denominados neurotransmissores. Estes actuam em vários órgãos do corpo, incluindo a pele, desencadeando reacções em cascata onde
  • a barreira cutânea se torna menos impermeável, com uma ligeira aceleração da renovação cutânea;
  • a pele está sujeita a inflamações;
  • o sistema imunitário torna-se mais fraco e não consegue responder de uma forma ideal à inflamação.  

O stress pode desencadear a psoríase?


Só o stress não é suficiente para desencadear a psoríase, visto esta ser uma condição multifactorial, envolvendo factores genéticos, ambientais e imunológicos.
No entanto, em muitos casos, a psoríase surge após um acontecimento stressante. O stress extremo, como o originado por um acidente de viação ou o falecimento de um ente querido, ou o stress prolongado menos intenso, como o originado por uma situação familiar difícil, divórcio ou um conflito no local de trabalho, são capazes de provocar psoríase e de aumentar as probabilidades de recidivas. Para além disso, a condição em si causa stress, pois a pele desempenha um papel fundamental na comunicação interpessoal. As lesões visíveis, particularmente as das mãos e face, podem prejudicar a própria imagem e originar ansiedade, ou mesmo depressão. Visto que este stress pode provocar crises, cria-se um ciclo vicioso.
  

Há um espaço de tempo entre um evento stressante e uma crise psoriásica?


Vários estudos científicos demonstram que pode ocorrer um período entre dois dias e quatro semanas entre um evento stressante e o aparecimento da psoríase. Não existe um elo causal entre a duração deste período e a gravidade da psoríase. No entanto, parece que os doentes que identificaram a causa do stress que desencadeou a sua condição têm períodos de remissão mais longos e frequentes do que os que não identificaram a causa do stress.

O coçar induzido pela ansiedade pode agravar as lesões?


A psoríase origina muitas vezes comichão e muitas pessoas não conseguem parar de se coçar porque sofrem de uma ansiedade extrema. Todavia, o coçar constante aumenta a inflamação da pele, o que por sua vez aumenta a comichão. A pele também é lesada quando as escamas são arrancadas, ou pela fricção no local das lesões. As pessoas com psoríase precisam de aprender a relaxar para conseguirem quebrar este ciclo vicioso.
   

A ingestão de álcool para aliviar a ansiedade impede a remissão de uma crise?


A ingestão de álcool irá provavelmente exacerbar a inflamação, fazendo com que o corpo perda zinco, um elemento que tem um papel fundamental na cicatrização da pele. O álcool pode igualmente causar disfunção hepática, que pode multiplicar os efeitos secundários de determinados medicamentos para a psoríase. A psoríase que surge nos grandes consumidores de álcool tende a ser mais resistente aos tratamentos normais.
  

As técnicas de relaxamento podem ser usadas para combater a psoríase?


A sofrologia, acupunctura, reflexologia, aromaterapia e as massagens são todas elas técnicas de libertação do stress que podem ajudar na psoríase. Existem também algumas regras básicas de combate ao stress. Certifique-se que dorme o suficiente, faça alguns exercícios respiratórios durante alguns minutos de manhã e à noite para evitar a acumulação de qualquer tensão no seu corpo. Se for uma pessoa emocionalmente forte, o seu sistema imunitário consegue lidar melhor com a inflamação. Recomenda-se a psicoterapia se a sua psoríase estiver a causar dificuldades relacionais ou emocionais intransponíveis.
  

Pontos chave 

  • Os acontecimentos stressantes aceleram a renovação cutânea e aumentam a inflamação.
  • A ansiedade induzida pela psoríase pode ser tratada com exercícios de relaxamento e medicação, caso o médico os prescreva. Esta ansiedade não deve ser atacada através da ingestão de álcool (o que agrava a condição).
  • Quando as pessoas aprendem a relaxar, conseguem obter o controlo da sua situação e melhorar a sua qualidade de vida.

Como é que a gravidez se relaciona com a psoríase?

Como é que a gravidez se relaciona com a psoríase?

As alterações hormonais têm impacto na psoríase?


Existem alguns estudos que tentaram estabelecer uma ligação entre as flutuações hormonais e a psoríase. No entanto, muitas mulheres dizem que a sua psoríase melhora durante a gravidez e que se torna ligeiramente pior durante a menopausa. Os especialistas dizem que estas alterações na psoríase em diferentes fases da vida reprodutiva da mulher poderão ser explicadas pelas flutuações hormonais, mas também podem ser devidas a outros factores que ainda não foram identificados.

A psoríase é uma condição cutânea crónica que envolve factores genéticos, imunitários e ambientais. O stress, determinados medicamentos e as doenças infecciosas estão entre os factores ambientais que podem desencadear uma erupção. As alterações hormonais durante a vida da mulher podem igualmente influenciar a condição, quer através do desencadeamento de novas crises ou, pelo contrário, melhorando as lesões.
A maioria das mulheres notam que a sua psoríase melhora enquanto estão grávidas e que esta agrava depois do parto. A condição tende a agravar-se durante a menopausa, altura em que a psoríase tem maior tendência a aparecer pela primeira vez.

Apesar de alguns estudos científicos terem tentado estabelecer uma ligação entre as flutuações hormonais e a psoríase, não sabemos precisamente quais os mecanismos hormonais que desencadeiam a condição e afectam o seu curso.

Pensa-se que estão envolvidos outros factores no aparecimento e subsequentes crises da psoríase para além das flutuações hormonais. De acordo com alguns especialistas, o facto da psoríase aparecer frequentemente no início da adolescência não significa necessariamente que as hormonas sejam a única causa. Em vez disso, sugeriu-se que é o resultado de um programa genético específico.

Apesar de algumas mulheres descreverem que a sua psoríase varia de acordo com o seu ciclo menstrual, ainda nenhum estudo conseguiu provar a hipótese dos níveis flutuantes hormonais, durante o ciclo da mulher, influenciarem as crises de psoríase. À semelhança, nenhum estudo demonstrou claramente um efeito positivo ou negativo da pílula contraceptiva.
 



 

E se eu estiver grávida?


A psoríase não é necessariamente uma barreira à gravidez. Nem tão pouco afecta a capacidade da mulher em criar os seus filhos.

Muitas pessoas que têm psoríase têm medo de passá-la para os seus filhos. Como a psoríase não é uma doença contagiosa, não existe o risco de transmití-la à criança durante a amamentação ou quando se acaricia o bebé. No entanto, existe uma predisposição genética para a psoríase. De acordo com os estudos, há um risco de 8% a 15% de transmissão quando um dos pais tem psoríase e um risco de 50% a 60% quando ambos os pais estão afectados.

As mulheres com psoríase preocupam-se frequentemente se engravidam. Perguntam-se se o bebé irá desenvolver-se normalmente. Serão capazes de amamentar o bebé? A psoríase irá agravar-se durante a gravidez? Os tratamentos que estão a utilizar serão seguros para o bebé?

O tratamento de mulheres grávidas é problemático, especialmente se estas tiverem psoríase grave, precisando de parar quase toda a medicação sistémica, porque esta pode originar anomalias congénitas.
As mulheres devem informar o seu dermatologista quanto antes se planeiam engravidar. O dermatologista será então capaz de avaliar se o tratamento psoriásico pode ser mantido durante a gravidez e prescrever uma nova medicação, se for necessário.

As mulheres que sofrem de artrite psoriásica sentem por vezes mais dores devido ao peso ganho durante a gravidez.

A maioria dos estudos que envolveram mulheres grávidas demonstram que a gravidez afecta a psoríase.
Um estudo americano* realizado em 248 mulheres com psoríase teve por objectivo identificar as alterações hormonais que surgem durante a gravidez e a menopausa e que têm um grande impacto na psoríase.

O estudo demonstrou que 30% a 40% dos doentes do sexo feminino avaliados registaram uma melhoria da sua psoríase durante a gravidez, a maioria durante o primeiro trimestre. 20% destes doentes descreveram que a condição tinha-se agravado e os outros não notaram quaisquer diferenças. Este estudo também demonstrou que a idade dos doentes e a intensidade da sua psoríase não estavam relacionadas com qualquer melhoria ou exacerbação da condição. Outros estudos descreveram uma melhoria até 63% nas mulheres. Algumas mulheres registaram uma melhoria significativa, porque as suas lesões aclararam durante a gravidez.

A melhoria ou exacerbação da psoríase durante o primeiro trimestre de gravidez pode ser usada para vaticinar o que irá acontecer nas gravidezes seguintes. O estudo mencionado demonstrou que 87% das mulheres que tinham vários filhos tinham tido a mesma resposta durante cada gravidez.
Apesar de não sabermos exactamente porque é que a psoríase melhora durante a gravidez, foram avançadas várias hipóteses. Alguns investigadores acreditam que as maiores quantidade de estrogénio e progesterona segregadas pelo organismo protegem-no da psoríase. Estas hormonas exercem um efeito imunossupressor temporário que é benéfico nos processos auto-imunitários presentes na psoríase.

Outros cientistas realçam o papel benéfico da cortisona. Durante a gravidez, o organismo segrega mais cortisona, que tem uma acção anti-inflamatória nas lesões psoriásicas (actuando do mesmo modo que um creme à base de cortisona).

É certo que vários factores originam a melhoria das lesões psoriásicas nas mulheres grávidas. Esta melhoria é provavelmente devida ao aumento dos níveis de cortisol, pois esta hormona é segregada tanto pelas glândulas supra-renais da mãe, como pelas do feto. No entanto, quase de certeza que também se deve a outras substâncias que ainda não foram identificadas.

Em determinados casos (em menos de 1 em cada 4 mulheres), a psoríase agrava-se durante a gravidez.
Mais uma vez, as razões desta exacerbação não são conhecidas, mas pensa-se que seja devida a alterações no metabolismo hormonal que estão associadas aos factores de stress.
Algumas mulheres sofrem as suas primeiras crises de psoríase durante a gravidez.


O impetigo herpetiforme é uma forma generalizada de psoríase pustular que surge tipicamente durante a gravidez.

Esta é uma forma de psoríase extremamente severa, nas felizmente muito rara. Surge mais frequentemente durante o último trimestre ou durante a primeira menstruação após o nascimento.
Um terço das mulheres que sofrem de impetigo herpetiforme tem um histórico familiar ou pessoal de psoríase.

Considera-se que os factores hormonais e/ou uma perturbação no metabolismo da vitamina D durante a gravidez poderão causar as crises de psoríase pustular.

A erupção inicia-se normalmente nas dobras cutâneas. Placas vermelhas, que por vezes poderão causar comichão, espalham-se simetricamente pelo abdómen e zona genital. As membranas mucosas também são por vezes envolvidas. As pústulas surgem nas extremidades das lesões.

O impetigo herpetiforme é acompanhado por uma deterioração generalizada da saúde da doente. Entre outros sintomas, esta pode registar náuseas, febre e perturbações mentais.
Os corticosteróides são frequentemente ineficazes e por isso os antibióticos são geralmente utilizados.

Esta condição grave também tem consequências no feto, pois foram registados abortos espontâneos em cada 1 de 2 casos.

A psoríase pustular relacionada com a gravidez desaparece normalmente depois da criança nascer. Em 82% dos casos, afecta mulheres que estão grávidas pela primeira vez. No entanto, existe o risco de recidiva em gravidezes subsequentes.
 
Nos primeiros três meses após o nascimento, a maioria das mulheres com psoríase sofre recidivas, incluindo aquelas que tinham registado uma melhoria durante a gravidez. Os resultados variam de estudo para estudo.

Alguns estudos registam que cerca de 88% das mulheres reportam uma recidiva nos quatro meses após o nascimento.

O estudo americano mencionado anteriormente demonstrou que 41% das mulheres avaliadas reportaram que a sua psoríase se tinha agravado durante o período imediatamente após o nascimento, mas 55% não notaram qualquer alteração.




 

Tratamentos durante a gravidez?


Não existem muitos medicamentos que possam ser utilizados para tratar as mulheres grávidas e a maioria dos fármacos anti-psoriásicos são tóxicos para o feto.

Por vezes a psoríase melhora espontaneamente durante a gravidez, o que significa que a medicação pode ser reduzida.

É importante tratar a pele durante a gravidez, para que não seque demasiado.

Tratamentos tópicos

 

A maioria dos tratamentos sistémicos têm de ser interrompidos durante a gravidez, por isso os dermatologistas tendem a prescrever medicamentos tópicos para tratar as lesões psoriásicas.

No entanto, as medicações de uso externo não estão isentas de efeitos secundários, porque são absorvidas pelo corpo. Algumas devem ser completamente evitadas durante a gravidez porque são potencialmente teratogénicas. Excepto os emolientes, que não apresentam qualquer perigo para a mãe ou para a criança, estes tratamento devem ser aplicados apenas em áreas restritas da pele.
 
Tratamentos tópicos a ser evitados:

Derivados da vitamina A para uso local: estes devem ser evitados devido ao seu efeito teratogénico.
Derivados da vitamina D: estes podem ser usados em pequenas quantidades em áreas muito específicas.

Possíveis tratamentos locais:


Emolientes: cremes hidratantes e suavizantes que podem ser usados sem que se incorra qualquer risco.
Corticosteróides (Cortisona): os dermatologistas prescrevem por vezes corticosteróides em pequenas quantidades para serem utilizados em áreas muito limitadas. Podem aumentar o risco de estrias, por isso não devem ser aplicados em determinadas partes do corpo como os seios, abdómen e coxas.
Exfoliantes como a ureia e o ácido salicílico: estes tratamentos podem ser usados se a sua aplicação for limitada a pequenas áreas da pele.

Tratamentos sistémicos

 

Os tratamentos sistémicos são muitas vezes teratogénicos, o que significa que podem originar deformações graves no feto em desenvolvimento. Estes riscos são muito elevados quando a medicação é tomada durante durante o primeiro trimestre de gravidez. Consequentemente, a maioria dos medicamentos administrados oralmente têm que ser interrompidos durante a gravidez.
 
Tratamentos sistémicos a ser evitados:

Acitretina (e outros derivados da vitamina A) e metotrexato: estes podem causar anomalias congénitas graves e aborto espontâneo em alguns casos. As mulheres que utilizam estes tratamentos têm que usar um método contraceptivo eficaz. As doentes devem igualmente esperar vários meses após terem parado o tratamento (dois anos para acitretina e quatro meses para o metotrexato) antes de planearem uma gravidez, de modo a que não restem quaisquer vestígios dos fármacos no organismo.

Deve realçar-se que o metotrexato tem um efeito no esperma. Os casais em que o homem está a tomar metotrexato devem utilizar um método contraceptivo eficaz enquanto este estiver a tomar o fármaco e durante três meses após o tratamento ser interrompido.

Fototerapia PUVA: esta pode ser perigosa para o feto devido aos psoralens (químicos sensibilizadores da luz) administrado antes das sessões de fototerapia PUVA.

Possíveis efeitos sistémicos em casos de psoríase disseminada:

Ciclosporina: este fármaco não é perigoso para o feto, mas tem efeitos secundários. Pode ser excepcionalmente prescrito por um curto período de tempo a mulheres grávidas com psoríase grave.
Tratamento UVB: as terapias UVB de estreito espectro que tratam a psoríase disseminada são seguras durante a gravidez.






Amamentar


As mulheres, incluindo as que sofrem de psoríase durante a gravidez e/ou após o nascimento, não devem hesitar em amamentar.

Apenas as mulheres que têm de usar um tratamento sistémico, ou um tratamento local em extensas áreas de pele, devem evitar amamentar, porque estes tratamentos podem ser absorvidos pelo leite materno e serem transmitidos à criança.



* Mowad CM., Margolis DJ., Halpern AC., Suri B., Synnestvedt M., Guzzo CA.: Hormonal influences on women with psoriasis, Cutis May 1998; 6, pp. 257-260.

Os nossos agradecimentos ao Dr. Josiane Parier, dermatologista no Hospital São Luís, e ao Dr. Laurent Misery, dermatologista e investigador no Hospital Universitário de Brest

A psoríase pode tornar um adolescente introvertido?

Adolescentes e psoríase


Para alguns adolescentes, a psoríase é um duro golpe na sua auto-estima. A psoríase pode ser particularmente difícil no início da adolescência, que é um período de mudanças físicas e psicológicas quando a insegurança emocional está no seu auge. Apanhados entre o seu desejo de independência e o medo do abandono, os adolescentes sentem-se por vezes prejudicados na sua auto-estima apenas com uma pequena manchita física.

Os adolescentes também estão a dar os primeiros passos em termos de envolvimento emocional e sexual, com as respectivas alegrias e desapontamentos. Existe por vezes uma forte tentação de se evitar situações que provoquem ansiedade (como ir a piscina ou a festas) devido ao medo de não ser atractivo(a) ou ser rejeitado(a). Não é invulgar os doentes usarem a sua psoríase como uma desculpa para não se envolverem com os outros e tornarem-se introvertidos.

Nem sempre é visível que um adolescente esteja a sofrer de depressão. A depressão pode tornar a forma de uma fuga de casa, de insucesso escolar, de abuso de álcool, tabaco e narcóticos. Os pais têm que estar atentos sem serem superprotectores.

Um dermatologista pode sugerir psicoterapia aos adolescentes que tenham angústia psicológica, de modo a que estes não percam a esperança, conseguindo assim uma melhor qualidade de vida.

Se a psoríase surgir na adolescência, agrava-se com a puberdade?


A psoríase surge na infância em 15% dos casos e antes dos 20 anos em um de cada três casos. Quando a psoríase surge em doentes jovens, deve-se normalmente a factores genéticos, sendo frequentemente mais intensa nestes casos do que quando aparece por volta dos 30. A psoríase gutata é o tipo mais frequente a surgir na infância, seguindo-se frequentemente a uma infecção estreptocócica na garganta. Algumas crianças sofrem uma recidiva vários anos depois numa forma clínica diferente, como a psoríase em placas. As flutuações hormonais na adolescência parecem ter apenas um pequeno impacto na psoríase, mas ainda foram poucos os estudos que foram realizados nesta área. A pílula contraceptiva não parece afectar a psoríase.
   

Há um tipo de psoríase específico dos adolescentes?


Existe um pico na incidência de psoríase durante a adolescência, mas este está ligado a uma predisposição genética em vez de estar associado a alterações hormonais. Os adolescentes podem sofrer de qualquer forma clínica de psoríase. Os sinais podem variar desde a localização das lesões (por exemplo no couro cabeludo ou nas unhas), surgir após um trauma local, a psoríase disseminada envolvendo todos os membros, ou mesmo todo o corpo. Determinadas formas são atípicas e mais difíceis de tratar do que outras. A face raramente é afectada. Os adolescentes têm tanta possibilidade de ser afectados por psoríase eruptiva (gutata) como por psoríase em placas.
   

Os adolescentes sofrem de artrite psoriásica?


1% a 2% dos adolescentes com psoríase também têm artrite psoriásica, que pode surgir independentemente do tipo de lesão. Os adolescentes tendem a sofrer de lesões localizadas acompanhadas por artrite. Os tratamentos consistem essencialmente em fármacos anti-inflamatórios, embora possam ser prescritos tratamentos termais.
   

Alguns tratamento psoriásicos devem ser interrompidos durante a puberdade?


A maioria das terapias anti-psoriásicas podem ser usadas para tratar a psoríase durante a adolescência, mas alguns tratamentos necessitam de uma observação cuidadosa. Nos casos de artrite psoriásica ou de psoríase severa e/ou resistente ao tratamento, o dermatologista pode por vezes prescrever imunossupressores ou retinóides, para serem administrados oralmente. Os doentes que estão a tomar estes medicamentos devem ser cuidadosamente monitorizados para se detectar qualquer impacto no seu crescimento ou saúde mental. A fototerapia PUVA ou UVB também podem ser prescritas aos adolescentes.

Os adolescentes tomam frequentemente medicação anti-acne. Os tratamentos tópicos ou sistémicos anti-acne afectam a psoríase?


Alguns antibióticos, como a tetraciclina, que são tomados oralmente para tratar o acne, podem exacerbar a psoríase. No entanto, os tratamentos sistémicos que contêm ácido de vitamina A não estão contra-indicados, parecendo inclusive melhorar a psoríase quando tomados em doses moderadas. Os medicamentos que contêm zinco não têm um efeito negativo na psoríase.

Os tratamentos da psoríase podem, pelo contrário, originar crises de acne?


Aplicações repetidas de corticosteróides em grandes quantidade podem causar crises de acne, mas este problema pode ser reduzido através do uso de dosagem mais fraca ou de uma menor quantidade. No entanto, os cremes à base de cortisona não devem ser aplicados na face ou na linha do cabelo para se evitar as crises de acne. Os retinóides orais não exacerbam o acne.
  

A psoríase pode tornar um adolescente introvertido?


A adolescência é um período de transformação física e psicológica, no qual os adolescentes estão divididos entre o desejo de liberdade dos seus pais e a necessidade de protecção. A sua imagem é crucial, podendo os adolescentes ter dificuldade em lidar com a mais pequena das manchas. A psoríase é capaz de fazer com que os adolescentes se virem para si mesmos, causando mesmo um sentimento de vergonha. Todavia, cada caso é um caso diferente. Alguns adolescentes podem desenvolver um carácter forte como resultado de terem uma condição crónica. Os adolescentes mais sensíveis podem evitar de sair com os seus amigos ou evitar de contactar com potenciais namorados(as) com o medo da rejeição. O stress pode também desencadear crises, o que faz com que sejam apanhados por um ciclo vicioso. Por último, o seguimento do tratamento deixa muito a desejar, especialmente entre os pré-adolescentes.

O meu filho tem psoríase, o que é que isto significa?

O meu filho tem psoríase,

o que é que isto significa?


O tratamento deve ser iniciado nas crianças o mais cedo possível, devendo ser escrupulosamente seguido. Os aconselhamentos médicos sobre os cuidados da pele têm igualmente que ser escrupulosamente seguidos.
É importante manter um estilo de vida saudável para ajudar o sistema imunitário da criança a lidar com a psoríase.
As placas podem causar problemas graves nas crianças, as quais têm que aprender a gerir e a tratar a sua condição. Para fazerem isto, estas precisam do total apoio da família.

A psoríase surge na infância em 15% dos casos e antes dos 20 anos em um de cada três casos. É uma dermatose crónica não contagiosa que resulta de uma predisposição genética específica. Pode ser desencadeada por factores ambientais que podem ser externos (como a mudança de estação ou a fricção da roupa na pele) ou internos (como as doenças infecciosas, o stress emocional e determinados medicamentos).

As manifestações clínicas da psoríase numa criança são geralmente semelhantes às dos adultos. No entanto, nas crianças a condição assume frequentemente formas atípicas que podem originar problemas de diagnóstico. Determinadas dermatoses infantis que envolvem as nádegas, sobrancelhas e couro cabeludo assemelham-se muito à psoríase.

"Esta condição pode originar complexos porque as outras pessoas são cruéis. Uma vez, quando eu estava numa piscina da zona, tinha eu 8 anos, uma mulher obrigou a filha dela a sair da piscina porque tinha medo que eu a infectasse," afirmou Marie-Aude, uma adolescente que sofre de psoríase desde os 10 anos de idade*.

Felizmente nem todas as crianças com psoríase passam por tais experiências desagradáveis, mas esta história mostra como a psoríase pode dificultar a rotina do dia-a-dia.

*In Pso, no. 70, March 2001, uma revista que é publicada pela “Association pour la lutte contre le psoriasis” (Associação de Luta Contra a Psoríase).






Quais as características da psoríase nas crianças?


A psoríase nas crianças assume frequentemente uma das seguintes formas:
  • Lesões nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo, que são geralmente persistentes (não vão e vêm).
  • Pequenas placas vermelhas que por vezes cobrem o corpo, desaparecendo de seguida durante várias semanas.
A psoríase é quase sempre muito desagradável para a criança. As placas causam frequentemente um grande desconforto e embaraço, originando um profundo impacto psicológico. A chacota das outras crianças pode agravar ainda mais a condição.

Se uma criança tem psoríase, precisa de fazer tudo o que está ao seu alcance para tratar as placas.
  





Como deve cuidar de uma criança com psoríase?


A criança deve ser examinada por um médico e tratada numa fase inicial da doença. Deve seguir os conselhos do médico o melhor possível e lembrar-se de aplicar regularmente os cremes prescritos. O tratamento deve ser administrado até as placas desaparecerem completamente.

O tratamento e os aconselhamentos relativamente aos pés são os mesmos que para um adulto, devendo a pele ser tratada cuidadosamente até sarar completamente. É preferível evitar os sapatos que não sejam adequados, mas que estejam na moda, pois podem magoar a pele. No entanto, depois da condição estar controlada, estas regras podem ser seguidas de uma maneira menos rígida.

 





Quais as actividades em que uma criança pode participar?


O bem-estar social e a forma física da criança são importantes e se esta gostar de praticar desporto, vá em frente.

Deve encorajar a sua criança com psoríase a praticar desporto e a participar em actividades físicas, certificando-se que este ou esta tem vários interesses, mas deve tomar cuidado para que a mesma parte do corpo não seja repetidamente sujeita a extensões. A psoríase pode aparecer se a pele for sujeita a extensões para além do seu limite. Por exemplo, pode acontecer quando uma criança anda demasiado tempo de bicicleta.

Não há qualquer razão para impedir a criança de praticar natação. A aplicação de vaselina nas áreas irritadas irá reduzir a irritação causada pelos químicos da água. As áreas afectadas devem ser secas cuidadosamente, sem esfregar.






Qual a melhor dieta para uma criança com psoríase?


As crianças com excesso de peso podem ser afectadas pela psoríase nas dobras cutâneas ou nas áreas em que a pele está mais esticada. Deve ter o cuidado de não deixar que o seu filho compense o stress emocional através da ingestão abusiva de alimentos.

Também é importante que o sistema imunitário da sua criança esteja saudável. Isto porque o seu sistema imunitário é ainda imaturo, tal como o resto do corpo, por isso uma dieta equilibrada é fundamental para ter a certeza que o sistema imunitário está na sua condição ideal.

Para além disso, como o fumo do cigarro afecta o sistema imunitário, deve certificar-se que a sua criança não seja exposta ao fumo ou que ela própria não se torne um(a) fumador(a).





 

Como posso ajudar uma criança com psoríase?


As crianças com psoríase devem receber todo o carinho possível da família. No entanto, não devem poder usar a sua condição para manipular ou chantagear emocionalmente os outros, devendo ser ensinadas a não considerarem a psoríase como uma deficiência.

As crianças baseiam normalmente a sua auto-confiança no seu aspecto e "imagem", por isso a chacota por causa das placas pode causar danos emocionais graves. As crianças têm que aprender a ignorar os comentários. Envolver as crianças (e o seu melhor amigo) em discussões com os seus professores pode ajudá-los a formar um ponto de vista social.

O stress psicológico (independentemente da causa, escolar ou familiar) pode ter impacto na condição, por isso se a psoríase da criança piorar, deverá considerar a hipótese de recorrer a um perito ou psicólogo logo numa fase inicial.
  

 





Diferentes formas de psoríase infantil


A psoríase infantil assemelha-se à psoríase dos adultos, causando comichão em 30% dos casos. No entanto, esta tem características clínicas específicas. O fenómeno de Koebner, no qual as lesões psoriásicas surgem em áreas de pele que foram traumatizadas ou irritadas, é muito comum nas crianças. Surge muitas vezes em áreas como as cicatrizes de vacinação ou numa lesão causada por uma queda de bicicleta.

O facto de uma criança sofrer de psoríase desde os primeiros anos de vida não é por si só um factor de prognóstico desfavorável. À semelhança, o aparecimento de psoríase grave durante a infância não significa que a criança irá continuar a sofrer de psoríase grave na fase adulta da sua vida. No entanto, dada a natureza crónica da psoríase, é muito possível que a criança continue a sofrer crises de psoríase pontuadas por períodos de remissão para o resto da sua vida.


1) Formas usuais

  • Psoríase das fraldas
A psoríase pode surgir numa fase muito inicial da vida, mas raramente surge desde o nascimento. No entanto, os bebés estão sujeitos a uma forma particular de psoríase denominada psoríase das fraldas. Esta é uma dermatose com lesões essencialmente nas nádegas devido à irritação da pele causada pela urina e fezes. Estas lesões não são obviamente psoriásicas, causando este tipo de psoríase problemas diagnósticos. É difícil ter a certeza se tem psoríase ou simplesmente uma dermatose nas nádegas que se assemelha à psoríase. Nas crianças mais velhas, a psoríase tem de ser distinguida da dermatose seborreica, que origina lesões nas dobras cutâneas, nas nádegas e no couro cabeludo.

  • Psoríase em placas
Tal como os adultos, as crianças podem sofrer de psoríase em placas, que também é conhecida por psoríase vulgar. Esta consiste em lesões vermelhas claramente demarcardas cobertas por escamas brancas espessas.

  • Psoríase gutata
A psoríase gutata é particularmente comum na infância.
Caracteriza-se pelo surgimento súbito de pequenas lesões vermelhas e escamosas, particularmente no tronco, braços e pernas.
Este tipo de psoríase segue-se habitualmente a uma infecção, como a otite ou rinofaringite. Uma zaragatoa normalmente revela uma infecção estreptocócica. A psoríase gutata é muitas vezes confundida com febre eruptiva.


2) Formas severas


Tal como os adultos, as crianças também podem, em casos excepcionais, estar sujeitas a formas graves de psoríase, como a psoríase pustular ou eritrodérmica. Normalmente estas formas severas de psoríase necessitam de hospitalização.
  • Psoríase pustular
Apesar de ser raro nas crianças, a psoríase pustular (ou pustulosa) pode surgir desde o nascimento. Esta condição é conhecida por psoríase pustular neonatal.
Caracteriza-se por erupções de pústulas amicrobinanas que podem ser as primeiras
manifestações de psoríase num indivíduo previamente não afectado ou uma complicação da psoríase vulgar. Pode ser desencadeada por uma infecção, stress ou vacinação, ou pela administração de determinados medicamentos. Frequentemente é apenas possível confirmar o diagnóstico de psoríase pustular depois da condição se desenvolver mais.

A psoríase pustular generalizada é normalmente acompanhada por acessos febris.
Nas regiões palmo-plantares (mãos e pés), a psoríase pustular tem recidivas e remissões, implicando por vezes uma grave incapacidade funcional.
  • Psoríase eritrodérmica
As crianças com psoríase eritrodérmica ficam vermelhas da cabeça aos pés, estando muitas vezes sujeitas a febre e dor articular. A pele de determinadas partes dos seus corpos pode estar coberta de pústulas. Esta forma de psoríase pode marcar o início da condição ou complicar uma forma existente de psoríase. É normalmente desencadeada por uma infecção ou por determinados medicamentos.
  • Artrite psoriásica
A artrite psoriásica infantil é muito rara. É caracterizada por artrite combinada com pústulas ou lesões psoriásicas vermelhas. A artrite afecta unilateralmente as articulações pequenas e grandes dos dedos das mãos e dedos dos pés.






Localizações da psoríase


As lesões localizam-se virtualmente nos mesmo locais que as dos adultos. No entanto, ao passo que as lesões faciais são raras no adultos (presentes em 5,6% dos casos), são muito comuns nas crianças (presentes em 30% dos casos). As lesões localizam-se na testa e nas bochechas, que ficam muito vermelhas, envolvendo por vezes as sobrancelhas e as orelhas. As lesões faciais têm consequências profundas na capacidade do doente em criar relações. As outras partes do corpo que também são afectadas pela psoríase são:

Membranas mucosas, especialmente na língua que pode descamar, formando padrões que mudam de forma e posição de um dia para o outro (a que se denomina "língua geográfica");

Palmas das mãos e plantas dos pés, que apresentam hiperqueratose (espessamento da camada córnea);

Cotovelos, joelhos, zona lombar e couro cabeludo, que são as partes mais comuns afectadas pela psoríase.

Dobras cutâneas: à parte das crianças gorduchas que têm uma grande dobra cutânea por baixo do queixo, a dobra do pescoço raramente está envolvida. Tal como as dobras das axilas, que raramente são afectadas. Todavia, o umbigo é envolvido com muita frequência.

Unhas: um terço das crianças com psoríase infantil tem psoríase das unhas. Falamos de "distrofia das vinte unhas" quando todas as unhas estão envolvidas. Nesta condição, as unhas estão marcadas com pequenas depressões, assemelhando-se a um dedal.

Couro cabeludo: o couro cabeludo é frequentemente afectado. Deve realçar-se que as lesões no couro cabeludo são por vezes uma indicação de uma dermatose que afecta o couro cabeludo e as nádegas, e não de psoríase.






Estratégicas terapêuticas


É muitas vezes difícil para as crianças e para os pais ouvirem que a psoríase é uma dermatose crónica que tem um impacto na qualidade de vida. Mesmo com as terapias eficazes disponíveis, não existe uma cura permanente.

Como a psoríase pode ser geneticamente transmitida, os pais têm tendência a ter sentimentos de culpa, especialmente se eles próprios sofrerem da condição. Um estudo** em 100 pessoas com psoríase demonstrou que 11% não pretendem ter filhos devido ao risco de transmissão. Os pais podem também preocupar-se quando descobrem que o stress é um factor desencadeador. Por último, o diagnóstico pode fazer sentirem-se impotentes por não saber como ajudar o seu filho a lidar com a sua condição.

Por estas razões, os dermatologistas devem tentar ajudar as crianças e as respectivas famílias a manterem a perspectiva, lembrando-lhe particularmente que a hereditariedade não é o único factor de conduz ao aparecimento da condição.

** Ramsay B. O'Reagan M. A Survey of the social and psychological effects of psoriasis, British Journal of Dermatology, 1988; 118: pp.195-201






Diferentes tratamentos


O tipo de tratamento prescrito pelo dermatologista não deve ser apenas apropriado à forma clínica da psoríase, mas também deve ter em conta os desejos da criança (se esta tiver idade para os expressar) e dos pais. O dermatologista, os pais e a criança devem trabalhar em conjunto para encontrar o tratamento que melhor se adequa à criança. Os benefícios e os riscos de um tratamento devem ser pesados ainda com mais cuidado do que com os adultos, especialmente no que diz respeito aos tratamentos sistémicos. Devido à toxicidade de determinados medicamentos, existem menos tratamentos disponíveis para as crianças do que para os adultos.

A psoríase infantil é habitualmente tratada sequencialmente, com o tratamento a ser alterado de três em três meses (sendo o tratamento aplicado do mesmo modo que aos adultos). As lesões são menos visíveis durante o verão devido à exposição ao sol. Deve recomeçar-se o tratamento quando surgem novas erupções, mantendo-se a aplicação do tratamento até as lesões desaparecerem.


Tratamentos locais (tópicos)


Normalmente, os tratamentos locais são utilizados isoladamente para tratar a psoríase nas crianças.
O mais importante é manter a pele hidratada, normalmente tomando banhos com emolientes e utilizando cremes hidratantes.
As pomadas à base de corticóides são muito eficazes no tratamento de lesões psoriásicas.


Tratamentos sistémicos


O dermatologista pode sugerir um tratamento sistémico quando a psoríase é muito disseminada ou intensa, ou quando esta está a ter um impacto muito profundo na vida do doente.

Os tratamentos sistémicos podem ter efeitos secundários e as suas vantagens e desvantagens devem ser cuidadosamente pesadas, quer para a criança, quer para a sua família. Estes medicamentos são geralmente prescritos durante um curto período de tempo e a sua utilização tem de ser cuidadosamente monitorizada.

A fototerapia PUVA é geralmente usada apenas para as crianças com mais de 15 anos, pois aumenta o risco de cancro. No entanto, as crianças que sofrem de psoríase disseminada resistente a outras terapias podem, excepcionalmente, beneficiar com algumas sessões de fototerapia PUVA.

A fototerapia UVB é também desaconselhada para as crianças, apesar de alguns dermatologistas ocasionalmente a prescreverem em caso de psoríase grave resistente ao tratamento.

Os retinóides são usados para tratar a psoríase pustular e eritrodérmica, assim como o reumatismo psoriásico. As crianças têm que ser cuidadosamente monitorizadas para se ter a certeza que os retinóides não estão a inibir o seu crescimento.

Os imunossupressores, como os imunossupressores selectivos, determinados inibidores alfa do TNF podem ser por vezes prescritos, mas apenas quando outras terapias não tiveram sucesso. Estes tratamentos devem ser cuidadosamente monitorizados porque aumentam o risco de cancro.

Prepare-se para o verão

Prepare-se para o verão


O sol pode ter efeitos benéficos na psoríase, mas as lesões estragam muitas vezes o verão dos doentes. Siga os nossos conselhos práticos de como tirar maior partido do verão. Um protector solar adequado, roupas confortáveis, um estilo de vida saudável e algumas, poucas, precauções irão deixá-lo(a) gozar em pleno a natureza.

O verão está a chegar. Todas as lojas têm artigos característicos do verão e todos nós estamos ansiosos por um tempo mais agradável. Será? Talvez nem todos. O verão representa um cruel dilema para as pessoas com psoríase. Está comprovado que o verão tem um efeito benéfico para as lesões, mas isso significa expor a sua pele. Significa que já não pode esconder-se atrás das mangas compridas e das calças que pode usar durante o inverno. No entanto, alguns truques e algumas precauções irão ajudá-lo(a) a gozar o verão, sem uma "nuvem".

Psoríase e o clima


O sol é bom para a psoríase, pois os raios ultravioletas (UV) e, em particular, os raios UVB ajudam a pele a cicatrizar e a reduzir a inflamação. Também desaceleram a super-produção de células cutâneas, que originam a descamação. As áreas afectadas pela psoríase cicatrizam por si próprias após a exposição à luz natural do sol. Uma curta exposição diária ao sol, evitando as queimaduras solares, é suficiente para fazer desaparecer as placas. No entanto, a exposição prolongada e não protegida ao sol pode ser prejudicial, especialmente para as pessoas de compleição mais fraca. Para além do risco de cancro e de lesões na pele, a sobre-exposição pode agravar os sintomas da psoríase. As queimaduras solares, por exemplo, podem desencadear o fenómeno de Koebner. Também não é aconselhada a exposição da pele ao sol durante uma crise. Por isso tenha cuidado quando vai para o sol: proteja a sua pele, evite a exposição ao sol entre as 10h00 e as 15h00, expondo-se ao sol por períodos graduais. Não se esqueça que os raios do sol passam através do vidro, nuvens, água e da roupa fina, sendo reflectidos pela água e pela areia.

É preferível optar por férias numa clima seco e quente, como a costa mediterrânica, para controlar as crises, especialmente se a sua condição foi ligeira. Os climas quentes e húmidos tendem a exacerbar os casos graves.

No entanto, todos nós somos diferentes e o seu médico irá avaliar os riscos e os benefícios da sua exposição ao sol, tendo em consideração factores como os seus sintomas e o tratamento que está a seguir, assim como a sua compleição, cor de cabelo e idade. Deve igualmente estar consciente que a sua psoríase não é totalmente melhorada pelo sol, os tratamentos locais são ainda uma opção, mas devem ser administrados longe da exposição ao sol. Muitos tratamentos tópicos filtram os raios UV, ou podem ser degradados pelos raios UV, dando origem a um risco de fototoxicidade (especialmente para os corticosteróides).


Escolher o protector solar correcto

 

Apesar do sol poder ser bom para a pele psoriásica, as pessoas com psoríase devem proteger-se contra os efeitos nefastos dos raios UVA e UVB. Encontram-se disponíveis protectores solares formulados para pele atópica (ver secção sobre os produtos de cuidados da pele). Estes produtos hidratam a pele e protegem-na do sol, o que é essencial na psoríase. Os dermatologistas recomendam geralmente um protector solar com um FPS de pelo menos 25 para o corpo e um protector solar radical para a face, especialmente durante uma crise. A inflamação pode agravar-se com o calor e o sol. É uma boa ideia procurar um protector solar à prova de água.

Aplique o protector solar de poucas em poucas horas, com maior frequência se estiver a nadar ou a fazer exercício físico e seque a pele com uma toalha. Aplique uma quantidade generosa de loção, é melhor aplicar demasiado do que a menos, e de facto as pessoas tendem a usar muito pouco protector solar.

Independentemente de se expor ou não ao sol, mantenha a sua pela hidratada com uma boa quantidade de creme. Os dias ensolarados de muito calor podem secar a pele, assim como o ar condicionado. A utilização de um hidratante reduz a comichão e as fissuras, amaciando as manchas escamosas.
Também ajuda saber que tipos de maquilhagem de correcção contêm FPS.

Se tem vergonha de se expor ao sol, a loção de auto-bronzeamento também é uma opção para si se tiver psoríase.

Psoríase foto-induzida e fotossensível


A maioria dos doentes com psoríase beneficiam, quer com a luz ultravioleta natural, quer com a artificial. Infelizmente, algumas pessoas apercebem-se que a luz solar exacerba ou desencadeia as suas lesões. A isto denomina-se psoríase fotossensível ou foto-induzida. É uma condição rara que afecta apenas 5,5% das pessoas com psoríase. Ainda foi pouco estudada, mas pode simplesmente resultar da exposição intensa e não habitual ao sol, ou como resultado do fenómeno de Koebner. A psoríase foto-induzida é mais comum nas pessoas idosas, em pessoas com compleições fracas e em pessoas cujas mãos estão envolvidas na psoríase.

Roupa confortável


A roupa que esteja demasiado apertada pode irritar a pele e tende a agravar os sintomas. Aproveite o tempo quente e deixe as calças de ganga, as calças justas e os sapatos bicudos no armário. Evite usar fibras sintéticas e lycra perto da pele, porque podem fazer a pele transpirar. Em vez disso, use roupas leves, largas e confortáveis que irão fazê-lo(a) sentir-se mais relaxado(a) e confiante. Escolha fibras naturais e macias como o algodão para todas as suas roupas, incluindo a roupa interior. Os homens com psoríase genital podem optar por usar boxer shorts em vez de cuecas curtas.

Os sapatos e as sandálias devem ser abertos e largos, especialmente porque os pés incham ligeiramente com o calor. Prefira sapatos de couro em vez dos materiais sintéticos, pois o couro absorve a humidade melhor. Pode também usar palmilhas de espuma, cortiça ou de gel para aliviar a pressão da pele afectada pela psoríase. As palmilhas de polímeros visco-elásticos também actuam como absorsores dos choques e irão proteger a pele em cicatrização. Pode usar estes com sapatilhas (ténis) de boa qualidade, que devem ser macios e feitos de material transpirável.

O verão também é a altura ideal para deixar no fundo da gaveta as peúgas, collants e meias feitas de materiais sintéticos. Porque não fazer uma poucas sessões de fototerapia nos meses perto do verão para que possa usar à vontade calções ou saias?
Por último, não se esqueça daqueles acessórios tão úteis: um chapéu ao seu tamanho e um par de óculos escuros.

Nadar: em moderação

 

As pessoas com psoríase podem gozar os prazeres do verão como o nadar. Deve lembrar-se apenas dos riscos associados à condição e tomar algumas precauções. Aplicar um hidratante antes, limitar o tempo que está na água e tomar um duche para se livrar de qualquer cloro, químicos ou sal que possam irritar a pele sensível. A exposição excessiva à água do mar, cloro e químicos das piscinas, pode originar comichão e fissuras na pele. Depois de tomar duche, seque-se cuidadosamente com uma toalha macia, afagando o corpo com ela em vez de o esfregar. De seguida aplique um hidratante ou protector solar para ajudar a pele a manter-se bem hidratada e protegida contra os raios UVA e UVB.

Apesar de dever evitar nadar quando as suas lesões estão gotejantes, a água do mar tem muitas vezes um efeito benéfico na psoríase, especialmente quando combinada com a exposição ao sol. Muitas pessoas dizem que tomar banho no mar ajuda a desfazerem-se das escamas e também a relaxarem. Os oligoelementos da água salgada também podem ser bons para a psoríase.

 

Referências

Les Nouvelles Dermatologiques, June 2000
Le psoriasis en médecine générale, published by Arnette, 2005
Os nossos agradecimentos ao Dr. Patrick Brun, dermatologista ligado ao HospitalUniversitáriode Cannes.
Anne-Laure Mercier