sábado, 26 de setembro de 2009

Terapias biológicas




Terapias biológicas para

a psoríase


Contrariamente às tradicionais terapias sistémicas orais,
como o metotrexato ou a ciclosporina, que têm efeitos extensos
no sistema imunitário, os produtos biológicos têm um alvo específico,
podendo ser uma opção de tratamento segura. No entanto, devido
ao facto das terapias biológicas serem relativamente novas, a sua
segurança em termos gerais, incluindo os potenciais efeitos
secundários no sistema imunitário, está ainda a ser estudada.

Os efeitos secundários comuns das terapias biológicas incluem infecções
respiratórias, sintomas semelhantes aos da gripe e reacções no
local das injecções (incluindo inchaço, prurido ou erupção cutânea).
Estes efeitos secundários são ligeiros e, praticamente em todos os casos
, raramente os doentes precisam de descontinuar a medicação.
A segurança a longo prazo ainda não foi minuciosamente estudada.


Pontos chave


  • As terapias biológicas são utilizadas para tratar doentes com
  • psoríase moderada a grave e/ou artrite psoriásica que não
  • tenham respondido a outros tratamentos.
  • Têm que ser administradas por injecção ou perfusão.
  • São eficazes em muitos doentes, mas a resposta ao tratamento
  • varia (aproximadamente 30% não responde).
  • Os efeitos secundários a curto prazo são geralmente menores,
  • apesar de poderem ocorrer reacções do tipo alérgico no
  • local da injecção.
  • A segurança a longo prazo ainda está a ser avaliada.
  • Os tratamentos biológicos têm por alvo os linfócitos T
  • ou têm uma acção combinada entre os linfócitos T e as células
  • imunocompetentes.

O que são as terapias biológicas?


As terapias biológicas são tratamentos imunológicos que são
frequentemente produzidos por engenharia genética. Actuam
nos linfócitos T, que são o principal tipo de células que causa
a inflamação na psoríase. Algumas terapias biológicas inibem
a activação dos linfócitos. Outras previnem as substâncias que
estas produzem a partir da sua libertação. Existem ainda outras
que reduzem o número de linfócitos T. Independentemente do
processo que está envolvido, estes fármacos têm sempre como
alvo os linfócitos T ou uma acção combinada entre os linfócitos
T e as células imunocompetentes (células de Langherans).

Os dermatologistas prescrevem já há vários anos os fármacos
imunossupressores ciclosporina e metotrexato. No entanto,
contrariamente a estes medicamentos, as novas terapias biológicas
apenas têm como alvo as partes específicas do sistema imunitário
que estão envolvidas na psoríase. Estes agentes biológicos são
proteínas de fusão, proteínas recombinantes ou anticorpos monoclonais.
Estão presentemente a ser levado a cabo estudos clínicos com vários
medicamentos, sendo que alguns (utilizados no tratamento da artrite
psoriásica) já foram autorizados.

Novos fármacos imunorreguladores, que estimulam as próprias respostas
imunitárias dos doentes, estão presentemente a ser estudados.


A quem se destinam estas novas terapias?


Estas novas terapias têm por objectivo o progresso real no tratamento
da psoríase, mas não estão isentos de efeitos secundários. Actualmente,
apenas são utilizados em doentes com psoríase moderada a grave e/ou
artrite psoriásica que não responderam às terapias clássicas.

Os riscos envolvidos nas terapias biológicas incluem o facto de poderem
reactivar a tuberculose ou infecções bacterianas ou poderem desencadear
o aparecimento de condições com uma base imunológica como a
esclerose múltipla. Antes de se iniciar o tratamento é necessária a
realização de alguns testes, como o teste da tuberculina e uma radiografia
ao tórax.

Os doentes devem também ser cuidadosamente monitorizados, uma vez
que os tratamentos biológicos só começaram a ser utilizados há cinco ou
seis anos e por isso os seus efeitos a longo prazo ainda não são conhecidos
com precisão, particularmente no sistema imunitário. Estes devem ser
administrados no hospital a primeira vez que são prescritos, podendo
subsequentemente ser administrados por um especialista. O custo destes
tratamento é relativamente elevado, sendo actualmente apenas utilizados
para tratar a psoríase grave.


Quais os resultados obtidos com estes

medicamentos?


As terapias biológicas são administradas até as placas desaparecerem.
São normalmente necessários dois cursos de dois meses para se atingir
uma taxa de sucesso entre os 40% e os 60%. Estas terapias não curam
a psoríase (actualmente não existe cura permanente), mas podem reduzir
os sintomas. As terapias biológicas podem ser utilizadas em monoterapia
ou em terapia de associação com outros fármacos.

Algumas destas terapias (como as alfa anti-TNF) têm sido utilizadas
por reumatologistas há já vários anos no tratamento de outras condições,
como a artrite reumatóide, com um elevado grau de sucesso. Na psoríase,
algumas destas terapias poderão ser combinadas com a fototerapia UVB,
resultando em demorados períodos de remissão. Estes fármacos são
administrados por via intramuscular, subcutânea ou intravenosa,
semanalmente ou quinzenalmente. O seu sucesso varia de doente para
doente e, em
alguns
casos, a psoríase resiste ao tratamento.
Como acontece com qualquer medicamento, também existe um efeito
placebo significativo.

Apesar de actualmente termos uma melhor compreensão de como estes
fármacos actuam, são necessários outros estudos para se encontrarem as
combinações ideais e para desenvolver métodos de monitorização dos
doentes, de modo a prevenir os riscos a longo prazo.

Em colaboração com o Dr. Patrick Brun, dermatologista ligado
ao Hospital Universitário de Cannes.

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